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#mulherdefases: trancos e barrancos

 Desde que consigo me lembrar, falando mesmo da época do colégio, carreguei comigo a fama de ser "estressada", "nervosa", "estourada". Somando isso ao fato de eu achar a sinceridade (que muitas vezes se confundia com sincericídio) era a maior e mais respeitável característica que eu tinha, lá pelos meus 13, 14 anos, pode-se dizer que eu era bem combativa mesmo. Batia de frente com Deus e o mundo, falava o que vinha na telha, dava fora...  Um tempo depois de começar a ir ao ginecologista, comecei a levar a ele minhas reclamações sobre TPM, que era quando eu ficava mais intragável. Eu simplesmente não conseguia controlar meus sentimentos e despejava em tudo e todos ao meu redor. Foi assim que, depois de tentar usar só o óleo de prímula, eu comecei a tomar anticoncepcional. Eu sempre tive um fluxo menstrual muito forte e longo, ficava uns 8 dias menstruada. Herdei da minha mãe, que sempre dizia nessas épocas que "ser mulher é padecer no paraíso" (cu

prólogo

 Talvez hoje se inicie uma nova fase na minha vida. Dizem que a segunda-feira é o dia mundial do recomeço e acho que essa qualidade cabe bem ao dia de hoje. Depois de muito esperar, fui finalmente convocada para o programa de residência jurídica da PGM-Niterói. Eu fiz essa prova há mais de 2 anos e, embora viesse acompanhando as chamadas, não imaginei que seria chamada já em fevereiro. Ir trabalhar na PGM muda muita coisa. Desde que comecei a estudar pra concurso, não tive compromissos fora de casa. Embora eu tenha começado o estágio de pós-graduação na DPU, pouca coisa mudou em termos de deslocamento. Ainda mais depois que surgiu a pandemia da Covid-19. Meus dias começavam e terminavam dentro de casa, e acho que isso estava começando a me incomodar. É óbvio que é cômodo ficar em casa. Almoçar a hora que eu quero, fazer lanchinhos, tomar meu café... Mas o fato de estar em casa, ainda que estudando e dando conta das demandas da DPU sempre teve por trás um sentimento de inutilidade. É co